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sábado, 28 de janeiro de 2012

Pastoras Assembleianas Brasileiras: Sinais de Avanço ou Crise Institucional?L?


O texto abaixo me foi enviado hoje, como comentário ao post que escrevi em 27.04.2008, intitulado “Pastoras Assembleianas Brasileiras”:
Prezados irmãos, chamo-me Wilson Barboza da Silva. Sou pastor da CEADDIF e da Assembleia de Deus em Brasília, de onde brotam os comentários a partir da matéria "PASTORAS ASSEMBLEIANAS BRASILEIRAS". Sou feliz porque Deus me deu meios e formas para redigir o projeto - e defendê-lo em plenário convencional - da resolução que recentemente, em setembro de 2011, admitiu ordenar mulheres. Primeiramente gostaria de lembrar que poderíamos gastar menos tempo se pesássemos que ORDENAÇÃO não é uma figura bíblica. ORDENAÇÃO é um ato de corporação (no caso, as Convenções). Na Bíblia existe chamado e envio. Os apóstolos não tiveram esta denominação a partir de um ato estatutário. Lembrar que a Igreja emergente na Bíblia levou muitos anos proscrita, de forma que seus atos nem tinham a conotação civil que tem hoje. A formalização de um ato como a ORDENAÇÃO é coisa que durante muitos anos não chamou a atenção das mulheres porque elas são mais práticas e menos confusas do que os homens em sua burocratisse. Naamã queria um rito para se curado. Os filhos de Zebedeu queriam posição de destaque no reino de Deus. As mulheres sempre foram mais simples. Em Lucas 8 a Palavra mostra que para elas seguirem Jesus a ponto de até à morte dEle terem sido mais eficientes que os homens. A gratidão as impulsionava mais que a vaidade, que sempre foi dos homens e que agora alguns querem atribuir às mulheres.
É verdade que Jesus não ordenou mulheres. Ninguém pode tirar disto uma regra. Se o fizer terá, que proibir ordenação de não judeus porque Jesus não ordenou nenhum gentio. É bom a gente ver bem certas sutilezas bíblicas. Nós não devemos atribuir a Jesus o que não sabemos se Ele disse. Muito menos julgar que "não saber se fez" equivale a "saber que não fez". Jesus pode ter ordenado mulheres e os escritores deixaram de registrar. João afirma em seu Evangelho que Jesus fez muitas coisas que se fossem registradas nem em todos os livros do mundo caberiam. Por outro lado, o próprio Jesus falou que nós faríamos obras maiores que as dEle. É uma afronta grosseira a uma afirmação de Jesus usarmos o limite do registros bíblicos em relação a seus feitos para dizer que são também limites para nossas ações porque daí a afirmação de faríamos coisas maiores estaria anulada e nós só poderíamos fazer exatamente o Ele fez. Eu ainda estou esperando alguém me mostrar que a ORDENAÇÃO de mulheres está proibida por Jesus porque determinada para os homens especificamente não está e para mulheres também não.
O envio das mulheres aos apóstolos pode ter a cara de ORDENAÇÃO. Só não teve porque as mulheres estavam movidas pela alegria da novidade da ressurreição mais do que pelo orgulho de ministrar os homens. Deles nós podemos dizer que, se fossem enquadrados em 1 Co 1-19, estariam fritos. Esses que foram chamados por Cristo e enviados, eram, após a ressurreição todos - eu disse TODOS - falsas testemunhas de Cristo não ressuscitara. Pobre homens ORDENADOS!
Ao propor aos bravos de Brasília a aprovação de minha proposta, usei esses argumentos e me vali do que está no Estatuto da CGADB, no seu Art. 4º:
"Art. 4º. Compete à CGADB:
..................................
III - assegurar a liberdade de ação inerente a cada Igreja Assembleia de Deus no Brasil, na forma de sua constituição estatutária, sem limitar as suas atividades bíblicas acorde com este Estatuto, com absoluta imparcialidade;
...................................
Parágrafo único. Consideram-se ações inerentes a cada Assembleia de Deus no Brasil:
...................................
e) a apresentação de candidatos a pastores e a evangelistas na respectiva Convenção Estadual ou Regional;
................................."
O Estatuto da CGADB nos respalda e mais, obriga à mãe defender, exatamente neste assunto, as filiadas, ou seja, as convenções regionais e, por meio delas, as igrejas.
Afirmo que todos aqueles que querem proibir a ordenação feminina não tem uma proibição clara das Escrituras tem uma proibição sua própria e uma combinação desarticulada de passagens bíblicas com desprezo de paradigmas (Se quiserem, eu não quero mas posso explicar). Para nós é melhor e mais sadia, na dúvida não cercear vocações.
Finalmente, no seio da CEADDIF nenhuma mulher será ordenada por ser esposa de pastor. As que passarem por tal ato, terão como mérito aferido o trabalho que já fazem, algumas melhor que os homens.
Seja como for, respeito todas as opiniões. A saúde do que fazemos vem do debate mesmo. Até Deus está disposto a isto ao dizer: "Vinde então, e argui-me" (Is. 1.18). Nem ele foge de um bom debate. Moisés que o diga!
Que Deus a todos abençoe.
WILSON
Na Assembleia Geral Ordinária da CGADB, realizada de 15 a 19 de janeiro de 2001 em Brasília, após discussão em plenário sobre a ordenação de pastoras nas Assembleias de Deus no Brasil, dos cerca de 2.500 ministros presentes, apenas três votaram a favor (cf. Daniel, Silas. História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 633). Acontece que os debates e discussões sobre a questão não se encerraram com a decisão da CGADB. Algumas Convenções Estaduais e Regionais, apesar de não ordenarem pastoras, deram às mulheres a função pastoral, ou seja, não ordenavam, mas empossavam e colocavam mulheres para pastorear igrejas, alegando inclusive, que a maioria delas faziam o trabalho melhor do que os homens (eu ouvi isso pessoalmente de uma pastor setorial que trabalhava com “pastoras”).
Conforme noticiado no site Gospel Prime, o Projeto de ordenação de pastoras pela CEADDIF teve 70% de aprovação pelo plenário, e até 2015 cinquenta mulheres deverão ser avaliadas para o cargo.
Não estou neste post discutindo a legitimidade e a fundamentação bíblica para a ordenação pastoral feminina (o que pretendo em breve fazer), mas apenas descrevendo uma realidade vivenciada no âmbito das Assembleias de Deus no Brasil, que há algum tempo não fala mais a mesma linguagem sobre usos e costumes, e mais recentemente, sobre doutrina (no caso aqui a eclesiologia).
A confusão é generalizada. Observemos:
- Algumas Convenções e igrejas locais aceitam diaconisas, outras não.
- Algumas Convenções e igrejas locais aceitam presbíteros, outras não.
- Algumas Convenções e igrejas locais aceitam evangelistas, outras não.
- Algumas Convenções e igrejas locais aceitam pastoras, outras não.
Para onde caminhamos enquanto instituição? Já não seria o momento para uma discussão mais ampla e aberta sobre estas e outras questões institucionais? Não seria o momento de estabelecermos de forma mais ampla e clara os nossos parâmetros de fé, e junto com as nossas resoluções convencionais, publicá-los pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD), como fazem as Igrejas Reformadas, os Batistas, e inclusive a Igreja Católica, facilitando e disseminando dessa maneira a informação? Ou será melhor caminharmos na direção que estamos, ou seja, cada Convenção Estadual e Regional por si, interpretando e elaborando as suas próprias doutrinas, e praticando a sua eclesiologia conforme o seu próprio entendimento e conveniência.
A questão sobre a ordenação de pastoras é um sinal de avanço institucional e denominacional, ou o que vemos são os sintomas de uma grande crise instaurada, ainda em seu estágio embrionário?

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