PROGRAMA NOVAS DE PAZ
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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Vale Tudo na Evangelização, Contanto que Cristo Seja Anunciado?

Recebi, há poucos dias, como cortesia, alguns exemplares do excelente jornal AD News, produzido pela Rede Brasil de Comunicação, ligada à Assembleia de Deus em Pernambuco. Na edição de janeiro de 2012, o pastor Ailton José Alves, que preside a mencionada igreja, discorreu sobre o Evangelho do Reino dos Céus e me fez refletir sobre a forma como Cristo tem sido pretensamente pregado, em nossos dias.

“Como aceitar que alguém professe o Evangelho sem abandonar a vida do pecado? Como concordar com quem promove cantos e discursos a favor de Deus e, ao mesmo tempo, o nega, defendendo e veiculando práticas pecaminosas condenadas por Ele?”, afirmou o pastor Ailton. No mesmo jornal, há um texto de minha autoria, pelo qual critiquei o Festival Promessas, realizado pela Rede Globo, em dezembro de 2011.

Tal artigo, também publicado neste blog, gerou grandes discussões, no início de janeiro. Alguns irmãos, ao discordarem de mim, perguntaram: “Paulo não disse, em 1 Coríntios 9.22, que usou todos os meios para salvar as pessoas à sua volta?” E outros citaram Filipenses 1.15-18, uma passagem pela qual Paulo afirma que o Evangelho deve ser pregado inclusive por discórdia, insinceramente ou por pretexto.

Para responder à segunda argumentação em prol da evangelização sem limites, peço que o leitor tenha em mente a regra de ouro da exegese: a Bíblia explica a própria Bíblia. Ou seja, não devemos ignorar o fato de as Escrituras serem análogas. Temos de levar em consideração o contexto de cada passagem que empregamos.

Por que Paulo disse as aludidas palavras sobre a pregação do Evangelho aos crentes de Filipos, e em que circunstância? Esse apóstolo, que estava preso, referiu-se aos opositores do Evangelho, isto é, os judeus que o acusavam perante os tribunais de Roma. Mesmo querendo o seu mau, aqueles inimigos de Paulo eram obrigados a dizer que ele estava pregando sobre a morte e a ressurreição do Senhor! Além disso, afirmavam que, segundo Paulo, Jesus estava acima de César.

Naquela época, o título de Senhor não implicava apenas senhorio. O imperador romano, como o senhor de Roma, era adorado pela população (menos os cristãos verdadeiros). E os opositores de Paulo afirmavam que Cristo Jesus, como Senhor dos cristãos, era adorado exclusivamente por eles, tomando o lugar de César. Em outras palavras, os judeus que acusavam Paulo estavam, indiretamente, pregando o Evangelho! Daí a satisfação desse apóstolo com o resultado do seu sofrimento por amor a Cristo.


Segue-se que a passagem de Filipenses 1.15-18 não deve ser usada de modo generalizante, para afirmar que os crentes, hoje, podem adotar livremente todos e quaisquer meios para propagar o Evangelho. Afinal, a Palavra de Deus afirma, inclusive, que devemos fugir da aparência do mal (1 Ts 5.22), tendo cuidado com o pecado, mas também com os embaraços (Hb 12.1,2).

Quanto a 1 Coríntios 9.22, é evidente que Paulo se referiu a meios de evangelização que não deponham contra o Evangelho. Ele mesmo disse — antes e depois da passagem em apreço — que nem tudo que é lícito é conveniente ou edificante (1 Co 6.12; 10.23). E também asseverou: “Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra cousa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10.31, ARA).

Finalmente, se todos e quaisquer meios de evangelização pudessem ser empregados, sem nenhum limite, teríamos uma grande contradição! Até show erótico ou desfile no carnaval poderiam ser usados para, pretensamente, ganhar almas, desde que Cristo fosse anunciado, não é mesmo?

Ciro Sanches Zibordi

sábado, 18 de fevereiro de 2012

O Perigo de Querer Barganhar com Deus - Subsídio para Lição Bíblica.


O deus manipulável da Teologia da Prosperidade e da Vitória Financeira
O deus banqueiro da Teologia da Prosperidade e da Vitória Financeira
O deus garçom da Teologia da Prosperidade e da Vitória Financeira

O deus marionete nas mãos dos pregadores da
Teologia da Prosperidade e da Vitória Financeira

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Dicas para Secretarias de Educação e Educadores

Para celebrar o início do ano letivo de 2012, a equipe de Mobilização Social pela
Educação no Ministério da Educação (MEC) está propondo aos mobilizadores de
todo o País que se engajem em ação nacional de incentivo à interação
família-escola-comunidade.

Formação de mobilizadores promovida pela
SMED de Tabira (PE)
Sabemos que a escola tem um papel fundamental na interação com as famílias e as comunidades. Sem o interesse e o apoio dos profissionais da educação, a família não participa. Sendo assim, a participação das Secretarias de Educação e dos educadores nesse movimento é fundamental.

Nossa sugestão é que as Secretarias de Educação e as unidades de ensino conduzam ações específicas junto aos pais e professores nas duas primeiras semanas de aula. Pode-se pensar, por exemplo, em:
  • reuniões para tratar exclusivamente sobre a participação da família na escola, ou incluir esse tema em reuniões já programadas;
  • exposição de cartazes nos murais das escolas;
  • exposição de faixas nos arredores das unidades de ensino; e
  • envio de mensagem de boas vindas a todas as famílias, incluindo sugestões para que elas acompanhem a vida escolar dos filhos e sejam parceiras da escola.
Oficina realizada pela Secretaria de Educação de
Nova Glória (GO)
Se você aderir à ideia, pedimos que nos informe as ações que serão realizadas e, depois dos eventos, nos mande fotos e notícias sobre as ações e seus resultados, para publicarmos no site e no blog da Mobilização.

Damos, a seguir, mais sugestões sobre atividades simples que podem ser feitas:

  • Acesse a área Materiais de Mobilização no site ou noblog da Mobilização.
  • Nessa área, você vai encontrar a cartilha Acompanhem a vida escolar de seus filhos, filipetas (folhetinho), marcadores de página, adesivos, cartazes. Você pode baixar e imprimir qualquer um deles.
  • Nesses materiais, principalmente na cartilha e na filipeta, você encontra dicas e frases que pode usar para fazer cartazes e faixas para colocar nos portões, nos muros e nos murais das escolas.
  • Nas reuniões, os diretores e professores podem ler e comentar as frases da cartilha e da filipeta.
  • Nas mensagens enviadas às famílias, você também pode usar essas frases.
  • Se for de seu interesse, peça-nos exemplos de roteiros para peças de teatro, uso da cartilha com os pais, sarau na escola, praça educadora. Teremos todo o prazer em lhes enviar esse material, que nos foi cedido pelo Olhar Cidadão/Instituto Votorantim.
Entre em contato conosco para mais informações: mobilizacaosocial@mec.gov.br

Para a educação melhorar, todos devem participar!


Cuidado com os Milagreiros que Usam Óleo para Enganar o Povo de Deus


Na sequência acima — extraída de um vídeo que certo milagreiro divulga em seu site — vemos um exemplo de como agem alguns enganadores do nosso tempo, homens capazes de fazer qualquer coisa para obter dinheiro e fama (2 Pe 2.1-3; 1 Tm 6.9,10; 2 Co 2.17). Observe como o ilusionista alcança o seu objetivo, contando com grande quantidade de óleo, habilidade com as mãos e credulidade cega do povo de Deus (Os 4.6).

1) O milagreiro pede para seu auxiliar derramar bastante óleo sobre uma suposta portadora de cisto no ovário.

2) Valendo-se de truque (falo com conhecimento de causa), ele esconde e molda um artefato debaixo de sua mão.

3) Como se vê na foto, o artefato não sai da pessoa; já estava na mão do ilusionista.

(4) O ilusionista exibe o pretenso sisto, ao som de glórias a Deus e aleluias. Para examinar o vídeo no YouTube, digite 
“mulher curada cisto no ovario” no campo de procura (search). 

O Novo Testamento não proíbe o uso de azeite. De acordo com a Palavra de Deus, a unção com óleo pode ser aplicada (Mc 6.13), mas pelos presbíteros da igreja (Tg 5.14). E é bom observar que o recebimento da cura não está relacionado com a unção, e sim com a oração da fé, em nome do Senhor: “E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará” (v.15). Nesse caso, o azeite, além de símbolo do Espírito Santo (Zc 4.3-6), é o ponto de contato para estimular a fé do doente. O que passar disso é misticismo.

O Senhor Jesus curou muitas pessoas (Mt 8.16-17). Os apóstolos também, em nome do Senhor, fizeram obras extraordinárias (At 5.15-16; 19.11-12). Contudo, não há apoio bíblico para as operações estranhas, mediante uso de azeite ou algum tipo de óleo, as quais vêm ocorrendo em nossos dias. Certos milagreiros têm esfregado óleo no suposto local da enfermidade, para depois “extrair” objetos. Essas “operações” têm gerado muita confusão no meio do povo de Deus.

Nos tempos bíblicos, o azeite só era empregado diretamente nas feridas como remédio (Is 1.6; Lc 10.34).Hoje, a unção para os doentes é apenas simbólica. Não deve ser aplicada no local da enfermidade. Imagine se a enfermidade de alguém é alguma parte íntima! Ademais, extrair objetos do corpo das pessoas tem muito mais semelhança com as cirurgias mediúnicas do que com a manifestação de Deus.

A despeito de muitos milagreiros e os seus defensores recorrerem a versículos bíblicos isolados para se justificarem perante o povo, não vemos na Bíblia apoio consistente às suas estranhas práticas. Não devemos aceitar como sendo da parte de Deus qualquer operação prodigiosa, pois a própria Palavra do Senhor nos manda testar, examinar, julgar, provar o que ouvimos, vemos e sentimos (At 17.11; 1Ts 5.21; 1Co 14.29 e 1Jo 4.1).

Alguém argumentará: “Jesus não untou os olhos de um cego com lodo feito com a sua saliva? Não devemos restringir os métodos de curar”. Isso é verdade, mas o Senhor Jesus fazia coisas surpreendes, numa prova de que era Deus verdadeiramente agindo. Os milagreiros da atualidade valem-se de práticas viciosas, repetitivas, previamente ensaiadas, iludindo o povo de Deus e tendo apoio, em muitos casos, da operação do erro (2 Ts 2.9).

“E quanto aos dons de curar?”, alguém perguntará. Ora, estes se referem à manifestação multiforme do Espírito Santo para curar, e não às invencionices dos criativos milagreiros. Deus age como quer, mas é Ele que age.Quanto aos milagreiros, eles fazem um show, engenhosamente planejado e previsível. Não há nada de surpreendente. Ademais, não se vê nesses shows paralíticos andarem, cegos verem, etc. Só se vê vômitos, ilusionismo e fenômenos que também ocorrem entre espíritas, budistas, católicos carismáticos, etc.

Para a sua Igreja, o Senhor Jesus disse: “... porão as mãos sobre os enfermos e os curarão” (Mc 16.18). E a imposição de mãos, como vimos, pode incluir a unção com óleo. Esta, no entanto, não é a condição primacial para a cura, que ocorre por meio da fé (Lc 8.48; 17.19). Qual dos apóstolos precisou de azeite para levantar os enfermos? Já pensou se Pedro tivesse dito ao coxo junto à porta Formosa: “Jesus te cura depois; agora, estou sem azeite para ungi-lo”?!

Em Cristo,

Ciro Sanches Zibordi

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Contradições Biblicas no Hino Ressucita-me de Aline Barros

Ressuscita-me?



A canção “Ressuscita-me” tem sido bastante entoada pelos evangélicos. Sua melodia é bonita e envolvente — admito —, mas a sua letra está de acordo com as Escrituras? Tenho recebido vários pedidos por e-mail para analisá-la. E resolvi atender a essas solicitações.

Adianto que esta abordagem respeita a licença poética, mas prioriza a Palavra de Deus (1 Co 4.6; At 17.10,11; Gl 1.6-8). Afinal, como crentes espirituais, devemos discernir bem tudo (canções, pregações, profecias, milagres, manifestações, etc.), a fim de retermos somente o que é bom (1 Co 2.15; 1 Ts 5.21).


“Mestre, eu preciso de um milagre. Transforma minha vida, meu estado. Faz tempo que eu não vejo a luz do dia. Estão tentando sepultar minha alegria, tentando ver meus sonhos cancelados”. Não vejo problemas no início da composição em análise, visto que todos nós, mesmo salvos, passamos por momentos difíceis em que nos sentimos perseguidos, isolados, como que presos em um lugar escuro, sufocante, “no vale da sombra da morte” (Sl 23.4). Nessas circunstâncias, é evidente que ansiamos por um grande milagre.


“Lázaro ouviu a sua voz, quando aquela pedra removeu. Depois de quatro dias ele reviveu”. Aqui, como se vê, a construção frasal não ficou boa. Quem removeu a pedra? Com base na licença poética, prefiro acreditar que o compositor referiu-se aos homens que removeram a pedra, naquela ocasião (Jo 11.39-41), haja vista Lázaro, morto e amarrado, não ter a mínima condição de fazer isso — segundo os historiadores, aquela pedra pesava cerca de quatro toneladas.


A oração cantada prossegue: “Mestre, não há outro que possa fazer aquilo que só o teu nome tem todo poder. Eu preciso tanto de um milagre”. Algum problema, aqui? Não.


“Remove a minha pedra, me chama pelo nome”. Os problemas começam aqui. Se o compositor tomou a ressurreição de Lázaro como exemplo, deveria ter sido fiel à narrativa bíblica. É claro que Deus remove pedras grandes, como ocorreu na ressurreição do Senhor Jesus (Mc 16.1-4). Mas, no caso de Lázaro, quem tirou a pedra foram os homens, e não Deus (Jo 11.41)!

Aprendemos lições diferentes com as circunstâncias que envolveram as aludidas ressurreições. Fazendo uma aplicação espiritual, há algumas pedras que Deus remove (como na ressurreição de Jesus), mas há outras que o ser humano deve revolver (como na ressurreição de Lázaro). Em outras palavras, Deus faz a parte dEle, e nós devemos fazer a nossa (
Tg 4.8; 2 Cr 7.13,14).

“Muda a minha história. Ressuscita os meus sonhos. Transforma a minha vida, me faz um milagre, me toca nessa hora, me chama para fora”. Clichês comerciais e antropocêntricos não podem faltar em gospel hits: “muda a minha história”, “sonhos”, etc. Como já falei muito sobre esse desvio em meu livroErros que os Adoradores Devem Evitar, evitarei ser ainda mais “antipático”. Mas é importante que os compositores cristãos aprendam que os hinos devem ser prioritariamente cristocêntricos.


“Ressuscita-me”. Aqui vejo a principal incongruência do cântico, a qual não pode ser creditada à licença poética. Pedir a Deus: “ressuscita os meus sonhos”, no sentido de que eu me lembre das suas promessas e volte a “sonhar”, a ter esperança, a aspirar por dias melhores, etc. — a despeito do que afirmei sobre o antropocentrismo —, até que é aceitável. Mas não posso concordar com a súplica: “Ressuscita-me”. Por quê? Porque o salvo em Cristo já ressuscitou, espiritualmente, e não precisa ressuscitar de novo!


Quer dizer, então, que a aplicação feita pelo compositor é contraditória? Sim, pois, em Colossenses 3.1, está escrito: “se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus”. O que é o novo nascimento? Implica morte para o pecado (Cl 3.3) e ressurreição para uma nova vida (Rm 6.4). Essa analogia da nossa preciosa salvação — pela qual temos a certeza de que estamos mortos para o pecado e já ressuscitamos para o nosso Deus — não pode ser posta em dúvida para atender a anseios antropocêntricos. Por isso, a oração “Ressuscita-me” se torna, no mínimo, despropositada.


Alguém poderá argumentar: “Ora, a Bíblia não diz, em 1 Coríntios 15, que vamos ressuscitar? Por que seria errado pedir isso para Deus?” Bem, o sentido da ressurreição, no aludido texto paulino, é completamente diferente do mencionado na composição em apreço. Paulo referiu-se à ressurreição literal daqueles que morrerem salvos, em Cristo (vv.51-55; 1 Ts 4.16,17). Hoje, em vida, não esperamos ser ressuscitados, pois já nos consideramos “como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6.11).


Amém?


Ciro Sanches Zibordi